A última conquista da América do Palmeiras foi a vinte um anos antes, quando tudo era diferente. O futebol, os jogadores e os adversários. Quando houve a reformulação no clube através da patrocinadora Crefisa, ganhar a Libertadores da América se tornou uma obsessão. Durante esses anos, fomos eliminados nos detalhes por muitas vezes. Me lembro da perca nos pênaltis em 2017 para o Barcelona do Equador. Me recordo da eliminação para o Boca Juniors. Em 2018, derrota para o Boca Juniors com o atacante Benedetto. Em 2019, uma derrota de virada inacreditável para o Grêmio em casa. Enfim, as coisas estavam difíceis e parecia que a Libertadores era algo do passado. Mas veio o ano de 2020, com mudanças de treinador, pandemia e eu com 33 anos, ainda muito palmeirense.
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Caímos em um grupo fácil, composto por Guarani, Bolivar e Tigre. O nosso treinador na primeira fase foi Vanderlei Luxemburgo, um técnico que sempre gostei e sempre fui muito fã. Mas acabei não vendo assim tantos jogos da primeira fase, ainda não ficando totalmente com a atenção na Libertadores dessa temporada, até porque era uma obrigação passar de fase. As vitórias iam acontecendo e eu acompanhava muitas vezes no dia seguinte a noticia de que havíamos vencido. Para ter uma ideia, muitos atletas eu nem estava acompanhado de perto, e assim nomes como Raphael Veiga ainda era uma incógnita para mim, sem saber ao certo se jogava bem ou não. Apesar das vitórias, o time não vinha muito bem, jogava um futebol feio. No meio disso nós ganhamos o Paulistão nos pênaltis contra o Corinthians. Assisti as penalidades em um evento, e até bati a cabeça na parece quando nossos rivais empataram, mas comemorei muito quando Patrick de Paula fez o gol do título. Voltando a Libertadores da América, tínhamos agora o treinador Abel Ferreira como técnico para a fase mata a mata. Nas oitavas de final um jogo fácil contra o Delfin, com duas goleadas.
O grande problema da temporada foi a pandemia, que levou as partidas a ficarem com estádios vazios. O futebol sem público tirava a festa, deixando aquela Libertadores com um clima estranho. O Palmeiras seguiu com seu protocolo e com suas partidas. Nas quartas de final enfrentamos o Libertad, com um empate e uma vitória. Novamente não assisti, mas acompanhava que estávamos bem. A semi final contra o River foi de arrepiar. Com o Monumental de Nunez vazio, derrotamos os argentinos por 3 a 0. Na volta já estava tudo garantido, não tinha como perdermos. Sabendo disso fui para uma reunião e só cheguei em casa no meio da partida, onde vivi momentos de aflição. Só dava River Plate e os caras ganharam de 2 a 0, com um Palmeiras com medo e irreconhecível. Os argentinos tiveram um gol anulado e quase ficamos fora. Ao fim da partida, estavam os jogadores no chão aliviados, e eu no meu sofá abismado em como quase perdemos a classificação. Estávamos na final, e seria contra o Santos no Maracanã, com apenas alguns torcedores. Estava tão empolgado no dia da final que até comprei uma camisa na rua do verdão. Assisti sozinho em casa, um jogo truncado, feio e chato. Não tinha muitos lances de perigo e a partida só saiu da mesmice no final, quando Cuca, técnico do Santos, foi expulso. De repente, Rony cruza e Breno Lopes faz de cabeça no último lance, pulei do sofá, gritei e comemorei bastante, No fim da partida, éramos bi campeões da Libertadores, uma alegria que fazia tempo que não sentia pelo time veio sobre mim.
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