Como joga o Palmeiras do Abel Ferreira?

O português Abel Ferreira está no Palmeiras em sua quinta temporada, e nunca teve um elenco tão recheado como nesse ano. Quando chegou, o futebol que o time apresentava era bastante ativo, sendo agudo em suas ações. Nunca achei que as equipes treinadas por Abel apresentavam um bom futebol, nada bonito ou vistoso, apesar se apresentar o necessário para vencer jogos e campeonatos. Com o tempo, as equipes adversárias começaram a se fechar na defesa, com duas linhas de quatro, e o Palmeiras acaba sempre encontrando dificuldades para perfurar as linhas. Nessa temporada, Abel vem sofrendo para formular processos e tirar o melhor da equipe, que anda sem criatividade. Mas como joga o verdão?


Podemos partir a principio do 4-2-3-1, mas não se prenda nos números, já que durante a partida a equipe do português pode assumir diversas formas, se adaptando com aquilo que o jogo apresenta. Na parte da defesa podemos dizer que o time faz encaixes individuais, com perseguições longas, mas também usa uma pressão agressiva na saída do adversário, como vimos na semi final contra o São Paulo pelo Paulista, quando Vitor Roque pressionou tanto que acabou sofrendo pênalti. Quando Abel dá liberdade para apenas um zagueiro do adversário ter a posse, ele acredita que a bola caiu no jogador mais fraco, e assim ele deixa o menos criativo trabalhar a bola, enquanto cada jogador de verde faz seu encaixe. A construção ofensiva começa já com os volantes, que buscam circular a bola, até encontrar o espaço para agir. As vezes a construção vem da zaga, já que tano Murilo, como Micael e Bruno possuem uma ótima saída de bola.

Quando o Palmeiras tinha Danilo como camisa 5, a construção era mais fluida, mas até hoje Abel tenta encontrar um atleta a altura, tentando essa saída de bola com Richard Rios e agora com Lucas Evangelista. Com dois pontas pelas laterais, o time busca encontrar soluções pelos lados de campo, apesar de que faz alguns meses que tem sido apenas bola no Estevão, torcendo pra que ele crie uma jogada finalizadora. A busca pelo nove parece ter sido solucionada, com a chegada de Vitor Roque, mas hoje o principal problema é que a bola não chega para ele redonda para finalizar. Isso porque nosso 10, Raphael Veiga, não apresenta sua melhor forma. Abel vinha usando Mauricio como meia atacante, mas pode recua-lo para ser o 10 que arma jogo, apesar de Felipe Anderson também estar se saindo bem na construção de jogadas. Com um elenco recheado não falta opções para se jogar um bom futebol, mas está faltando criatividade nas jogadas, aproximação dos jogadores. Abel Ferreira gosta de um estilo de futebol vertical, que não perde muito tempo com a bola no pé, mas que busca de forma rápida chegar ao gol. Esse é o Palmeiras do Abel Ferreira em 2025.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como Paulo Nobre salvou o Palmeiras da falência?

Um problema chamado Arena Barueri

Dudu Olegário, verdadeiramente um palmeirense