O jogo mais emocionante que assisti do Palmeiras

Todo torcedor tem aquele jogo inesquecível, aquela partida que ele vai se lembrar para sempre, e nas rodas de conversa entre amigos vai contar do dia desse jogo. Pois é, eu tenho o meu, e foi em 2000, pela Libertadores da América, em um clássico contra o Corinthians pela semi final do torneio. Eu tinha treze anos, um adolescente ainda, e tive a oportunidade de vivenciar uma das melhores emoções da minha vida. Pra contar sobre essa partida eu preciso lhe contar o antes, o durante e o pós jogo, e também todo contexto do qual eu vivia naquele ano 200, onde tudo era muito diferente.


Naqueles anos eu morava com minha mãe e meu padrasto, e infelizmente não tive a oportunidade de ver a maioria dos jogos que passava na televisão. Não sei por qual motivo, mas era proibido, e isso me deixava mal, já que sempre fui um apaixonado por futebol. Para você ter uma ideia, a maioria das partidas entre 2000 e 2001 eu apenas ouvi pelo rádio, e vivi as emoções das narrações via áudio. Mas por incrível que pareça, essa partida eu assisti do começou ao final, e foi sensacional. Na primeira partida o Corinthians com um time melhor venceu o Palmeiras por 4 a 3 com um gol no último minuto de jogo. Na volta havia uma expectativa de vitória, mas não foi nada fácil. O clube corintiano saiu com a vitória no primeiro tempo, mas dentro de mim existia esperança, pois não estávamos mal, e eu acreditava em uma virada. Quando Galeano marcou o terceiro gol eu queria sair pela casa gritando, mas não podia, pois todos estavam dormindo e o televisor estava no volume mínimo, com um Galvão Bueno empolgado narrando a partida.

O Brasil estava assistindo esse jogo, era a principal partida daquela noite de quarta-feira, e era possível que em muitas casas de São Paulo existia um garoto como eu, mas também pessoas mais velhas aflitas, e uma massa de torcedores dos dois clubes com grande expectativa para o fim do jogo e saber quem sairia vencedor. Pois bem, aquele jogo foi para os pênaltis e fiquei aflito sentado naquele sofá de minha casa, vendo cada cobrança com coração acelerado. O Palmeiras acertou todas as suas cobranças, e então veio o último pênalti para o Corinthians. Marcelinho carioca, o craque deles bateu, e algo dentro de mim sabia que ele iria perder. De fato, ele perdeu, Marcos defendeu, na defesa mais importante que vi na minha vida de torcedor. Explosão palmeirense, classificação para a final e eu, um garoto, feliz demais, pois no outro dia na escola poderia chegar de cabeça erguida, zoando com os amigos. Por fim, recebi uma ligação, era o meu tio Claudio. Ele, corintiano roxo me contava de como sentiu toda aquela emoção e estava chateado pela derrota, mas me deu os parabéns pelo Palmeiras ter vencido. Me lembro que falava sussurrando, já que não podia acordar ninguém, e tenso pela emoção do jogo. O futebol não é apenas um jogo, ele cria conexões. Naquele dia, por uma linha telefônica o esporte fez uma ligação entre um tio e um sobrinho, dois apaixonados por esse esporte chamado futebol.

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