Crônica- Palmeiras x River Plate(Quartas de final Libertadores da América 2025)
As noites de Libertadores são diferentes. Para todo mundo. O tempo não passa, e quando o jogo começa vemos que tudo é diferente. E nosso time entende isso, pois joga em uma rotação diferente. Nos anos noventa eu já falei diversas vezes, eu tinha tudo para me tornar são paulino. O tricolor paulista dominava o cenário continental e Galvão Bueno vivia anunciando que o São Paulo era o Brasil na Libertadores. Ainda bem, não virei são paulino, e sim palmeirense. E hoje sou premiado com noites fantásticas de Libertadores, em que posso dizer, o Palmeiras é o senhor Libertadores, colocando medo em qualquer adversário, sem ter medo de ninguém. Nessas noites, é bom ser palmeirense.
Sempre joguei futebol, mas nunca em um gramado. Ainda sim, sempre me imaginei jogando para uma multidão de pessoas. O problema é quando são mais de oitenta mil pessoas empurrando o adversário, levando o Palmeiras a enfrentar um confronto hostil. Assim foi a primeira partida contra o River Plate, quando a equipe alviverde teve que lidar com um Monumental de Nunes abarrotado de pessoas. Mas como eu disse, não tememos ninguém, ainda mais quando temos reforços. E para esse combate, tínhamos Andreas Pereira, um mágico da bola, que deu outro ritmo ao time palmeirense. Um escanteio cobrado por ele. Gol do Gustavo Gomez. A dupla Flaco e Roque funcionou, e assim, tínhamos dois a zero, com Vitor estufando as redes. Isso mesmo, dois a zero, contra os argentinos. Contra oitenta mil pessoas. Surreal. O segundo tempo foi uma agonia, com o River atacando se parar. Foi cada susto, que me fez lembrar que estávamos em uma noite de Libertadores. No final, os argentinos fizeram um gol, com bola desviada. 2 a 1, o Palmeiras foi gigante no primeiro jogo.
Para o jogo da volta não tinha como não lembrar do jogo de 2020, quando fomos salvos pelo VAR, de sofrermos a derrota mais traumática da nossa vida. Eu pensei naquele jogo várias vezes e não poderíamos passar por isso de novo, eu não aguentaria. Pois bem, em poucos minutos de jogo, o River abriu o placar de cabeça com Salas. O Palmeiras tremeu, a bola começou a queimar no pé dos jogadores, e na cabeça, só passava o filme de 2020. Mas é noite de Libertadores, e como disse, nós somos os senhores desse campeonato. Na segunda etapa, Vitor Roque, o nosso tigrinho, que está arrebentando, empatou o jogo. Claro, tivemos mais sustos e uma arbitragem horrível. Mas Flaco Lopez se transformou no Messi. Primeiro um gol de pênalti. Depois, Veiga lhe passou a bola, e o argentino girou e bateu de cobertura. Um golaço do Flaquito. Nunca critiquei, o argentino é craque. O Palmeiras se classificou, espantamos o trauma de 2020 e mostramos que podemos pintar a América de verdade novamente. Como é boa uma noite de Libertadores! Como é bom ser palmeirense!
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