Abel Ferreira trouxe de volta o palmeirense que havia em mim

Olha, sou palmeirense desde que me lembro, já contei mina história aqui no blog. Por muitas vezes já chorei por conta do meu time, e como toda criança, os anos mais intensos como torcedor foi da minha infância para a juventude. Temos o futebol como algo lúdico, acreditamos em tudo e sofremos por cada partida. Não queremos saber se os jogadores ganham muito dinheiro ou se vestem a camisa de verdade. Só queremos comemorar as vitórias e nos alegrarmos com os títulos. Mas acontece que o tempo passa e nossos olhos vão sendo abertos, e não sofremos mais como antes, pois sabemos que o futebol é apenas um esporte e que as vezes os atletas nem ligam para os torcedores. Estava tudo quieto para mim em relação ao Palmeiras, até o dia em que chegou Abel Ferreira.


Quando Abel Ferreira atravessou o atlântico, mal sabia ele o como que o casamento entre ele e Palmeiras daria tão certo. Como ele mesmo sempre fala, a mágica aconteceu, e assim estamos vivendo desde a sua chegada os melhores dias para ser um palmeirense. Como disse, a minha infância como torcedor do Palmeiras foi muito boa. Eu pude assistir o elenco estrelar formado pela Parmalat, que foi bi campeão paulista e brasileiro no inicio da década de noventa. Naquele momento, o Corinthians não tinha Libertadores e nós acabamos por ganhar o título continental em 1999. Na escola, era fácil zuar os amigos que torciam para os rivais. Eu conhecia cada jogador, acompanhava cada partida e vivia o Palmeiras intensamente. Mas então aconteceu o nosso primeiro rebaixamento e com ele o time foi decaindo, vivendo uma fase de vacas magras. De 2000 até 2015 ganhamos quase nada e colecionamos dois rebaixamentos. Não era legal ser palmeirense, e depois de tanto sofrimento, acompanhava de longe, ainda mais depois daquele brasileirão de 2009 que perdemos por pouco.

Mesmo o segundo rebaixamento não doeu tanto, mas as coisas começaram a se agitar quando ganhamos a Copa do Brasil de 2015 e o Brasileirão de 2016, que comemorei ainda mais. Como era bom voltar a gritar que éramos campeões nacionais novamente. Mas quando Abel Ferreira chegou, aquele sentimento de ser palmeirense que tomava conta de mim na minha infância retornou. Abel falava como um palmeirense, se comunicava com se fosse um de nós, lutando dentro de campo para nos dar vitórias. As suas coletivas de imprensa eram encantadoras e mostrava que seus olhos brilhavam pelo clube. Quando uma pessoa é apaixonada por algo, transmite aquilo para outros, e foi exatamente isso que o português fez, passando a sua obsessão pelo jogo e pelas vitórias para toda nação verde. Com isso, voltei a torcer como nunca, a acompanhar cada partida, ver cada coletiva do treinador. Desde 2020 voltei a torcer pra valer, voltando a ver jogo de forma lúdica e com muita paixão pela camisa verde. As discussões sobre o jogo voltaram a ser intensas, passei a ir em estádios e acompanhar de perto cada partida do clube. Enfim, Abel Ferreira, um palmeirense como nós, resgatou o palmeirense que havia em mim.

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