César maluco, o artilheiro da Academia

O Palmeiras dos anos setenta e oitenta eram conhecidos como a Academia palmeirense, devido ao ótimo futebol apresentado. Grandes nomes como Dudu e Ademir da guia estavam entre eles, mas lá na frente, comandando o ataque, havia um artilheiro que caiu nas graças da torcida, chamado César maluco. Para inicio de informação, o único jogador da história a ser artilheiro de um campeonato nacional pelo clube foi César, em 1967, quando marcou quinze gols no Roberto Gomes Pedrosa, o campeonato brasileiro daquela época. O atacante começou a sua carreira jogando pelo Flamengo, mas em 1967 foi emprestado ao Palmeiras, onde marcou oito gols em sua primeira passagem. Ele retornou ao time carioca, para apenas em 1968 voltar ao time palestrino, onde jogou até 1974.


César era um jogador diferenciado, tanto pelo seu estilo de jogo como também pelo seu comportamento, o que lhe garantiu o apelido de maluco. O atacante vivia muitas confusões, sendo muito genioso e intempestivo, colecionando tanto amigos como também rivais e conflitos ao longo de sua carreira. O apelido maluco também correspondia a forma como ele comemorava os seus gols, que não era nada convencional para a época em que ele atuava e os jogadores comemoravam seus gols de maneira simples. Apesar de ser conhecido pelo apelido, César disse que nunca gostou da forma como o chamavam. Já em sua primeira passagem em 1967, o atacante foi artilheiro da equipe ao marcar por trinta e três vezes, que o levou a ter participação nos dois títulos nacionais do Palmeiras naquele ano de 1967. Já no seu retorno ao clube, fez a sua carreira e se identificou como um dos melhores atacantes da história do Palmeiras. Ele foi muito importante no ano de 1969, ao marcar um dos gols que deu o título nacional daquele ano contra o Botafogo.

O artilheiro também ficava gigante quando o assunto era clássicos contra os rivais paulistas. Foi na partida contra o Corinthians em 1971 que o narrador Geraldo José de Almeida deu o apelido de maluco para César. Na história do derby, César é o segundo maior goleador do clube contra o Corinthians. A rebeldia era uma das características do jogador, que mesmo com o Brasil vivendo um período de ditadura, ele mantinha o seu cabelo comprido, usava roupas extravagantes e gostava da noite paulistana. César também teve atritos com o treinador Oswaldo Brandão, mas com ele conquistou o campeonato paulista de 1972 e 1974. César também conquistou o brasileiro de 1973. No ano de 1972 o clube também foi campeão, mas César estava afastado devido a questões disciplinares. A sua despedida do Palmeiras aconteceu em 1974, mas ele só encerrou a sua carreira em 1977 jogando pelo Fluminense. Jogando pelo clube alviverde,  César maluco jogou 327 vezes e marcou 182 gols, sendo o segundo maior artilheiro da história do clube.

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