No dia 12 de junho de 1993 acabava um sofrimento de dezesseis anos. Imagine só, torcer para um clube que ficou mais de uma década sem levantar um troféu. Essa era a vida do torcedor palmeirense em 1993. Por muitas vezes o clube alviverde chegou no "quase", perdendo finais de campeonatos inacreditáveis, quando parecia que o troféu seria verde. Quem assistiu o Palmeiras perder um campeonato para a Inter de Limeira nunca mais esqueceu dessa dor. Em 1992, um ano antes da fila acabar, os palmeirenses chegaram a final do estadual paulista, mas outra derrota, dessa vez para o São Paulo do Telê Santana, que fez com que as brincadeiras durassem por mais um ano. Mas no dia dos namorados de 93 isso acabou, onde vencendo o grande rival Corinthians na final, o Palmeiras voltava a vencer um campeonato.
Para quem não sabe, o Palmeiras tentou de várias maneiras colocar o fim nessa fila que assombrava o clube. Contratou Telê Santana, apostou em jogadores como Jorginho, viu o nascimento da Mancha verde para apoiar o time. Mas nada disso bastava para que o troféu voltasse a ser levantado por um capitão do time. Foi então que a empresa italiana Parmalat chegou ao clube e injetou muito dinheiro com um projeto em mente, o de fazer o Palmeiras voltar a ser campeão. Jogar no time alviverde era uma grande pressão, pois os jogadores já chegavam com a expectativa dos torcedores, de que eles iriam ser os salvadores da pátria. Como já dito por aqui, o primeiro ano não trouxe troféu, mas o patrocinador não descansou e investiu ainda mais para conseguir o fim da fila. Nomes como Evair, Edmundo, Zinho e César Sampaio eram a espinha dorsal da equipe, que vestindo uma camisa verde e branca, algo diferente aos palmeirenses, apresentava um ótimo futebol, fazendo parecer que o grito de campeão estava perto. Uma curiosidade, para quem não sabe, as listras brancas na camisa alviverde significa o leite Parmalat na camisa verde palmeirense. Para comandar esse esquadrão, o clube apostava em Vanderlei Luxemburgo, que despontava como um técnico muito promissor no Brasil.
Podemos pular para a grande final, um confronto que seria disputada em dois jogos. Na primeira partida o Corinthians venceu por 1 a 0, com gol de Viola. É então que temos uma imagem que ninguém esquece, do atacante corintiano imitando um porco na comemoração do gol da vitória. Pois é, os jornais durante a semana só falavam disso, e com essa atitude mal sabia o atacante que estava colocado fogo na partida decisiva. Luxemburgo levou seus jogadores para Atibaia. Eles tinham uma semana para se preparar, para colocar o nome deles na história do clube. Seriam eles aqueles que iriam colocar fim no jejum de títulos? No dia 12 de junho de 1993 aconteceu a partida de volta, caindo no dia dos namorados, uma data romântica para os brasileiros. Para os palmeirenses essa data teria um significado ainda maior, pois nesse dia 12, trinta anos atrás, o sofrimento tinha fim. O Palmeiras venceu o Corinthians por 4 a 0, com gols marcados por Zinho, Edilson e por Evair duas vezes. O último já na prorrogação, em uma cobrança de pênalti. Que noite inesquecível, onde um Morumbi lotado de verde voltava a gritar "campeão" após dezesseis anos. Um baita presente aos românticos, uma demonstração de amor dos jogadores para a sua torcida. Tudo isso ficou ainda melhor sendo em cima do rival, após a comemoração do Viola. Trinta anos do fim do jejum. Hoje não ligamos muito para o campeonato Paulista, mas naquele 12 de junho de 1993, era o troféu mais importante de todos.
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