Valdivia, o nosso craque vagabundo

Me lembro como se fosse hoje da chegada do meio campo chileno ao Palmeiras. A televisão mostrava um jovem cabeludo no aeroporto, com sotaque e com aparentemente algo diferente para mostrar. A primeira vez que ele entrou em campo também me lembro bem, e então tive a certeza de que ele seria um dos grandes jogadores do clube. Valdivia era diferente, muito habilidoso e com muita personalidade. Em uma época de uma administração ruim nos bastidores e com times fracos, o chileno foi ídolo de uma geração de palmeirense órfão por títulos, que viu nele o grande craque de um grupo de torcedores. Valdivia chegou ao clube em 2006, saindo e retornando em 2010, com muitos altos e baixos na equipe.


Quando se fala de Valdivia muitas reações acontecem por parte dos torcedores. Uma parte guarda boas lembranças e tem carinho por ele, enquanto outro grupo acha ele um vagabundo e chinelinho. Na minha opinião Valdivia era um craque, que não conseguiu mais no futebol porque não quis. Ele era um vagabundo, mas era o nosso vagabundo. A sua primeira passagem no clube foi muito boa, com o chileno jogando muita bola, conquistando a camisa dez já na temporada de 2007, formando uma dupla muito boa de assistir junto com Edmundo. Em 2008 foi seu grande ano, com o Palmeiras conseguindo formar uma equipe melhor, tendo Vanderlei Luxemburgo como treinador. Valdivia foi um dos protagonistas do título paulista de 2008, além de provocar os rivais comemorando seus gol fazendo sinal de choro para os adversários. Pronto, o camisa dez já estava entre os grandes atletas do clube. No mesmo ano Valdivia saiu do clube, partindo para o futebol do oriente médio, deixando uma marca nos torcedores, que só o veria novamente em 2010 com as cores do Palmeiras.

A segunda passagem do chileno foi cheia de turbulências, criticas, brigas com a mancha verde, mas também teve muita mágica e boas atuações do jogador, conhecido pelo torcedores como El Mago. Infelizmente, Valdivia convivia com muitas contusões, que o tirava de jogos importantes do time, deixando os torcedores nervosos. Quando mais se precisava do craque, ele estava machucado. O pior é que ele não se cuidava, vivia na noite e não tinha uma vida de atleta. Uma das marcas do craque era o famoso chute no vácuo, mas teve um jogo em que ele se machucou usando essa técnica, deixando a torcida maluca com ele. Em 2012 Valdivia fez parte do elenco campeão da Copa do Brasil, mas também do rebaixamento no mesmo ano. O El Mago ficou no clube até 2015, quando entrou em conflito com a direção por conta de contrato, e assim finalizou a sua jornada no clube, debaixo de criticas e aplausos. Valdivia terminou sua passagem pelo Palmeiras disputando 241 jogos, marcando 41 gol e com 3 títulos conquistados. Quando se fala em Valdivia, se fala em jogadas bonitas e habilidade, sendo um dos melhores jogadores da história do clube, pena que não se esforçou para ser ainda melhor.

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